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FDG - FEITOPORDGAUDIO

CORPO & USO, UM POUCO DE TUDO; POESIAS, CULTURA E MODA

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CORPO & USO, UM POUCO DE TUDO; POESIAS, CULTURA E MODA

26.09.13

LINGUAS E SERPENTES


dgaudioprocopio o Poeta

 
 
CCB HOJE/CONTRA A IDOLATRIA

POR TRÁS DO VERBO

 

 

Se me odeiam ou se a mim, devoram,

Corroem-me a alma em transe altiva.

Se me pedem ou se furtam em dores

É lamentável que fuja a ironia trágica!

Não em plena luz do dia que ti roubam.

 

 

Não destroem a seiva viva que implora

Mas minam alma em sórdida proposta.

Pelos ditos do que não foram em salva:

Ao respaldo dos amigos em vã ressalva.

 

 

Não vagueis em vossa falsidade plena,

Com atrozes perdas de outrora amena:

Mas deleiteis em vós e sobre vós arenga

Dum absurdo insano em decadente cena.

 

Ainda que a cerda lavrasse em boa vinha

Mas os frutos e fatos apodreceriam a vinga. 

Em suma delinquência de uma nefasta lida

Que de tétrica resplandeceria descontraída.

 

Se me odeiam ou se me devoram?! Imploram!

Falsos sentimentos entorpecidos.  Insalubres!

Inebriados em veneno de gosma e lacta febril

“Tal qual áspide traiçoeira.” “Naja” fétida cútis.

 

Se me odeiam ou se me devoram?

Correm ao banquete os abutres.

De vestes brancas, pele preta e parda...

Bico de abutre com asas de condor.

Investidos e disfarçados de aves domésticas

Em voo simples de uma pomba em paz missão:

Ledo engano! Mentem sorrateiramente a todos;

Em fétidos esquifes ambulantes e falantes tisgos.

Engomados em vestes e togas! À linho fino: tss. tss.

O hálito fede a esterco podre: “fala que te escuto...”

Conhece a ti mesmo e vereis quem sóis. Tolos!

Conhecereis o homem pela fala. O glutão pela boca.

O mendigo pela roupa, o padre pela batina,

O advogado pelo terno, o pai de santo pelo sapato.

E o mentiroso? Impossível! Junte todos e obterão:

Uma mescla de obtusos em desconforme.

Falais-vos todos ó insanos! Então vos conhecêreis.

O abutre se conhece pela sombra... Mas vós?...

O verbo que envergonha e corrói a estirpe

Pinguim de tribunal em desconforme à

Garçom de presídio em baixa temporada.

Uma raça maldita que serve ao ventre

Em trapos e rotos maltrapilhos escarros

Uma escória que enerva a turba sã

Não faltarão adjetivos e provérbios

Não sobrarão muito do podre ator.

 

Assim é! Assim serás! Não mudarás

E nem terás meu perdão ao pressuposto.

Que de neres e tolo; ao tudo serás!

 

Assim encerro meu decantado indouto

Convertido em opróbios de escarlates

Ao verme deprimente e indigesto ser:

A raça fétida que pleiteia causa injusta.

Víboras e necrófilos! Espectros inanimados.

Disfarçados de homens e gentes. Tolos!

Por si e por vós; a razão de ser: viventes!

Assim encerro meu decanto mórbido.

Assim encerro e assim serás.

A verdade por trás do verbo.

A mentira por detrás da verdade.

A face oculta da amizade.

 

Se me odeiam e se me corroem todos?!

Todos perecerão o castigo. Injustificável!

Assim é assim será. O mistério de D`Gáudio.

 

 

D`Gáudio Procópio