RETIRANTES
dgaudioprocopio o Poeta
PARALELEPÍPEDO
Certo homem em busca de fortuna segue viagem para um grande centro comercial do país. Lá chegando consegue emprego, arranja uma namorada com a qual se une em matrimonio e constituem família. Passado algum tempo resolve ele retornar para sua terra natal.
Não tendo adquirido bens materiais reúne seus parcos recursos pega sua família e joga em cima de seu veículo tração animal, motor 1cv de potencia e encara a longa e penosa jornada pelo deserto. Após longos dias de caminhada chega ao seu destino final. Após peregrinar por algum tempo em busca de acomodações e meios de sobrevivência, subsiste com favores de amigos.
Cansado de sofrer na terra que fora seu berço e sem um teto para morar é acolhido por um morador da cidade que penalizado com sua situação lhe concede sua própria residência para o viajante do tempo, por sinal uma bela casa. Após morar longos anos sem pagar aluguel o viajante do tempo é novamente beneficiado com ajuda dos amigos que deixara na cidade grande e consegue construir sua própria residência.
Após uma longa temporada aquele primeiro benfeitor parte para outra cidade onde passa residir com sua família. Em meio há esse tempo, já refeito do infortúnio e em melhores condições o viajante do tempo arranja uma função numa multinacional que lhe permite viajar por todo o país com despesas pagas. Em meio a tantas viagens, ele faz várias visitas a cidade onde ora reside seu primeiro benfeitor.
Sabedor das viagens do referido viajante do tempo, o benfeitor anseia por uma visita do seu antigo inquilino ao menos para um cafezinho.
O viajante sabedor da estadia do seu benfeitor naquela cidade não esboça o menor interesse em retribuir a gentileza e muito menos tomar um cafezinho. Haja vistas que agora ele está saciado e bem acomodado.
Tamanha é a ingratidão e desconsideração do primeiro para com o segundo, já que ele agora não precisa mais de um teto.
MORAL DA HISTÓRIA:
“O QUE É COMIDO É ESQUECIDO” E
“LENHA QUEIMADA NÃO AQUECE LAREIRA”