FALSOS AMIGOS
dgaudioprocopio o Poeta
INFIÉIS AMIGOS...
(Advogado do diabo)
Um amigo que se dizia amigo
Apunhalou-me traiçoeiramente.
Na calada das palavras, cujas palavras
Acreditava eu, seriam legítimas e fiéis
Veio ele com sua áspide afiada e voraz
Dizimando ainda mais minha crença
Nas pessoas: homens que se dizem...
Ah! Infinita crueldade e falsidade letal!
Homens e déspotas inconcebíveis
Constituídos de fragmentos torpes,
Podres e infrutíferos para o bem.
Não se pode confiar nem podemos
Acreditar nas fábulas das palavras:
Palavras inconfiáveis e variáveis da fé
Que põe em xeque a fé dos seres mortais.
Um amigo que se dizia amigo
E que amigo! Promíscuo e dúbio.
Por tantas e todas difíceis horas
Que vagamente se portava íntimo.
Infiel amigo, que se dizia amigo!
Em quantas e quantas badaladas
Afetarás meu coração já fragilizado?
Decerto que não terás dor nem pesar.
Arranca-me o coração e também
A fé que detinha eu nos homens
Amigo infiel! Infiel amigo!
Sangra-me traiçoeiramente.
D`Gáuddio Procópio