VIRGEM BRANCA VIRGEM
dgaudioprocopio o Poeta

VIRGEM BRANCA VIRGEM
Oh virgem branca doce candura de boca em brisa
Em nuvem branca leve sopro resplandecente diva
Sufoca em sonho os desejos ébrios de louca cisma
Sem demora venha e faça-me teu amor para a vida.
Oh virgem branca! Tenra de doce aparência solene
Por teus desejos soluços seja vontade alva celeste
Quem dera, pudera a contemplar sorriso, vibrante:
Teu deus, teu meu, teu tudo. Viver sim! Um amante
Oh virgem branca! Aquenta e murmuras soluços sim!
Em tenro desejo, solene amante teu! Serena paixão.
Amada celeste, virgem candura, deslumbrante ilusão!
Semblante afável, soluçante paixão. Pois louco a fim!
Tua boca teus beijos. Teu bafejo aragem. Teu hálito.
Morreria sem saber, viveria sem ver: não ser sem ter.
Possuí sonhar, viver almejar. Oh! Donzela concebida!
Concebida inconcebida, pois sim! Por Zeus! Por Hera!
Oh! Virgem branca, doce! Concebeste concedei o ser
Convir, conveio, convieste a sonhar e ser teu querer.
Nem que sejas para nunca mais a ver, a soluçar e ter:
A sangrar e morrer, debater contorcer, a não querer.
Oh! Virgem de boca celeste! Soluças nesta boca tua!
Minha boca tua boca. Meu teu seu teu, adorar-vos-á!
Nem que a morte seja o preço duma alma! O corpo.
Para querer-te e sonhar. Para sempre morrer! Atoa!
Oh! Virgem branca! Leva essa alma e traga essa dor!
Devora agonia, degenera este vaso, desagrega o ser!
Em brumas e plumas, arrebata a ilusão! Para nunca!
Nunca mais acordar: Acordar para quê? Leva súplica.
Oh! Virgem branca! Tua saliva meu veneno! Teu amor!
Meu destino. Teu néctar minha vida. Tua vida a morte:
Minha morte meu desejo. Em teu colo definhar. Depor!
Depor para descompor. Decompor para compor: Arte!
Viver para sonhar! Sonhar com um sonho. Teu amor!
Mas que sonho sonhar se sonhar é delirar a perecer?
Perecer a perder de vista uma quimera que ao se por
O sol que nascera sem o brilho da luz a nos fortalecer.
Sonhar como sonha os tolos pleiteando a alva do dia
Como se ela suprisse a deficiência pérfida da melodia
Em que jazem e vagueiam poetas loucos e desiludidos
Na amnésia da mente atrofiada pelos muitos rangidos.
Por D`Gáudio Procópio