PADRE CLAUDIO DE MELO
dgaudioprocopio o Poeta
PADRE CLAUDIO DE MELO
Certo dia, um Padre resolveu apareceu, ao norte da capital,
Muito solícito, de fala bem agradável, a todos queria ajudar,
Uma ideia veio à cabeça: como havia muitas pedras no lugar
E menino é o que não faltava, unindo os dois universos a final;
Resolveu ele ajudar, colocou a meninada, para pedras ajuntar.
Por volta dos anos setenta, quando na construção de um porto,
Na capital de São Luís, Estado do Maranhão, vizinho bem perto.
Pagava a todos por semana, de segunda a sexta era o trabalho.
Na sexta às cinco horas da tarde, o padre vinha acertar o ajustado.
Era uma algazarra! Brincando e gritando, correndo e ajuntando,
A meninada toda se divertia tudo era animação, não havia trabalho,
Pois o trabalho, logo virava festa. Morro a cima, morro a baixo.
Subia a molecada, disputava o espaço, com os bodes e as galinhas,
Jumentos e porcalhadas! Pois o bairro ainda novo havia matinhas.
Tinha aspecto de interior, como se fosse um sítio. Era uma festinha.
Todos os dias, em horário combinado, às nove da manhã, e as três,
Da tarde sem faltar, de longe avistávamos, o carro do bendito padre.
A molecada já sabia: era hora da merenda, o padre nunca despontava,
Pois sempre dava um jeito, de arranjar uma boa merenda pra garotada.
Brincadeira ou verdade, o fato é que esse Padre ajudou a meninada,
Muita gente agradeceu, ao bom gesto deste Padre, numa hora apertada.
Nunca esquecemos, e jamais esqueceremos os feitos deste Padre.
Padre Cláudio de Melo! O ajudador de outros tempos. Tempos dantes!
Qualidades ou defeitos; não podemos afirmar, o fato é que o Padre,
Tinha o hábito de prometer, prometia mais que curandeiro, ou mesmo,
Um “pai de santo”. A todos prometia ele que de um tudo os ajudaria,
Até mesmo uma dentadura, a um pobre esperançoso. Até hoje o coitado:
Espera pela dentadura, se já não tiver partido, para cidade dos pés juntos.
Mas isso não é motivo, nem mesmo um defeito, pois o Padre era gente boa!
Deixou aqui muitos amigos, saudades e lembranças, de uma bondosa pessoa.
Essa história é muito engraçada, até parece uma grande mentira, mas não é.
Mas verdadeira ela é! Este que vos escreve, também era menino.
Quando na mesma época, participava das patuscadas, risos e folias.
Padre Cláudio de Melo, uma figura muita engraçada que apareceu no Bairro Buenos Aires, na década de 70 (setenta) naquela época, o Bairro Buenos Aires, estava ainda no seu início, um povo ainda meio inocente em meio a futuras mudanças que o mundo oferecia e as transformações da tecnologia passando da era analógica para digital. Aonde tudo parecia ser coisa de amigos. Haja vista que no bairro todos se conheciam tudo era novidade e logo virava notícias. E todo aquele movimento da garotada chamava a atenção dos moradores. Era verdadeiramente uma festa. Alguns garotos da época conseguiram bons resultados em suas vidas profissional, ajudados pelo Padre Cláudio.
Durante muito tempo a lembrança do padre permaneceu na memória da garotada. E em dos nossos encontros, ele afirmou para este que agora escreve estas linhas, ser possuidor do maior “ACERVO CULTURAL DE ESCRITORES PIAUIENSES”.