QUERO COLO
dgaudioprocopio o Poeta
A CIDADE DORME...
Dorme ó cidade enquanto aguarda teu amanhã
Em seus muitos afazeres, espera nascer o dia.
Com todos seus encantos e segredos místicos
Para não cair no esquecimento de ébrios amantes
Para não chorar a nostálgica ilusão insalubre.
Para então deleitar-se em seu berço esplêndido!
Ao raiar do dia e ao cair da noite em manto negro
Aquentado pelos seus quarenta graus de temperatura
Temperatura de amor em sol de prata e ouro!
Para dizer que te amo, e amamos todos nós!
Na calada do silêncio noturno sorrateiro paira:
O romantismo intercalado entre os amantes
Adormecidos pelos muitos anos de exaustão
Mas não menos importante para o tempo apagar.
Em tuas ruas e pelas ruelas da cidade adormecida
Paira o silencio dos amantes embriagados: Pudor!
Pela donzela que não é mais, nem fica nas janelas;
A observar o amante platônico que pasma e brada!
Chora tuas lágrimas adormecidas e sofridas: Amante!
Eu bem te disse que o segredo das ruas espera o dito
Embora reveles tuas vergonhas e a de teus moradores.
Amantes! Sim! Amantes de uns tempos que não mais...
Então dormes oh cidade encantada! Acalentas teu amor
E protege teus amantes que são muitos. Anônimos sim!
Mas fieis a ti e teus deleites! Talvez na esquina algum ébrio
Procure apoiar-se na parede. Mas não foge ele a luta!
E nem teme a peleja do dia vindouro. Ao entardecer do raiar
Outro peleja então com relutância ao seu bem: Desequilíbrio!
Mas que importância tem isso? Se tu acalentas e guarda todos eles?
Eles dormem ao sono dos amantes e ébrios enlouquecidos
Mas permanecem em vosso leito caloroso e materno. Teu bem!
Por muitos que não foram, e por eles que se foram!
Tu és a cidade que não dorme. Adormecida sim!
Enquanto passam as horas noturnas para a alva.
Declaro meu amor por ti, e minha paixão por vê-la.
Cidade adormecida, cidade dos amantes, cidade dos poetas!
TERESINA!
Por D`Gáudio Procópio